quarta-feira, 13 de março de 2013

Fungos acabaram com o carvão há 300 milhões de anos


Há 300 mil anos, a Terra deixou de produzir carvão de forma massiva. Este acontecimento marcou o final do Carbonífero, período da Era Paleozóica que tinha começado 60 milhões de anos antes e que se caracterizava pela sucessiva formação de estratos de carvão a partir da acumulação e do enterramento de árvores primitivas que cresciam em enormes florestas pantanosas.
Uma equipa internacional de cientistas descobriu agora que o fim desta Era coincidiu com o aparecimento de fungos altamente especializados. Os resultados, apresentados no último número da «Science», revelam que estes microorganismos desenvolveram um sistema para decompor eficazmente a biomassa das plantas que tinham colonizado o meio terrestre.
Estes microorganismos primitivos, fungos do tipo basidiomiceto, desenvolveram um mecanismo baseado em enzimas capazes de destruir uma barreira quase impenetrável até então, a lignina. Este polímero, presente na madeira, tanto naquela altura como agora, tem como função conferir rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques, permitindo que os nutrientes se distribuam por toda a planta.
Os investigadores descobriram isto depois de realizarem uma análise comparativa de 31 genomas de fungos. Isto permitiu conhecer como era o mecanismo utilizado pelos fungos para decompor a lignina. Este processo baseia-se na produção de um tipo de proteínas complexas chamadas peroxidases, que actuam sinergicamente com outras enzimas oxidativas.
Estabeleceram, assim, a história evolutiva e a cronologia dos diferentes tipos de peroxidases responsáveis pela biodegradação da lignina. Os resultados revelam a existência de peroxidases até agora praticamente desconhecidas.  

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